Isto da Fidelidade…
Prevista na lei como dever conjugal, cuja violação confere aos cônjuges o direito de dissolver o casamento com esse fundamento, parece ser uma das pedras angulares dos relacionamentos. Se não mesmo a principal.
Porquê? Porque é tão imperioso o “direito de exclusividade” sobre alguém?
“ As pessoas realmente frívolas são as que só amam uma vez na vida. O que elas chamam lealdade ou fidelidade, chamo eu letargia do hábito ou falta de imaginação. A fidelidade representa na vida emocional o mesmo que a coerência na vida do intelecto, apenas uma confissão de impotência. A fidelidade! Tenho de a analisar um destes dias. Está intimamente associada à paixão da propriedade. Há muitas coisas que atiraríamos fora se não receássemos que outros as apanhassem. Oscar Wilde, in 'O Retrato de Dorian Gray'
Será que a necessidade de experimentar relações sexuais fora do compromisso ou com alguém que nos atraia fisicamente, é sinónimo de falta de amor pelo outro?
E falo do acto em si, não da mentira envolvida para o ter, como é evidente. Todas as mentiras são faltas de amor na medida que impedem o outro de tomar uma decisão em consciência.
Fundirmo-nos sexualmente com outra pessoa é, no nosso contexto sócio-cultural, uma fome que só pode ser satisfeita em casa. Comer fora, equivale a dizer que já não se apreciam os cozinhados caseiros e logo impõe-se uma escolha.
Talvez o busílis da questão resida no facto do sexo ser equacionado de mãos dada ao amor. Àquele amor das histórias de fadas em que se vive feliz para sempre. Consequentemente, ao procurar sexo com outra pessoa é porque deixou de amar esta e passou a amar aquela.
Será assim?
“Não prometas nada que vá além da próxima primavera. Nenhuma fidelidade resiste à insatisfação humana, se assim o fosse, Adão estaria até hoje no Éden, fiel às promessas de Deus.”
Jeocaz Lee-Meddi
É a posse, o ego, o medo que exigem a fidelidade ou a fidelidade é natural?
Conheço cada vez menos pessoas que sejam fiéis. Será que as pessoas estão a amar menos. Será que o amor perdeu qualidade? Ou será que é preciso fazer uma revisão de valores. Perceber porque é que a existência de uma relação pressupõe o cumprimento de regras que não podemos, em verdade, prometer cumprir sem que isso implique, algures no caminho, traição a nós mesmos…Ou pelo menos um esforço tão grande que não se pode dizer que estejamos a ser fiéis - a nós.
IdoMind
10 experiências partilhadas:
Não vejo as coisas dessa forma tão formatada. E toda a verdade que eu aqui escrever, é e será sempre a minha verdade.
Sinto que a frivolidade não consiste em procurar sexo fora da relação permanente que mantemos, mas sim em estar com outra pessoa sem a amar, e pelo simples prazer.
A experiencia do sexo pode ser muito gratificante com A, B ou C, mas na verdade, quando amas realmente alguém, e começas a disfrutar a sexualidade, como um profundo momento de entrega, deixa de fazer sentido procurares sexo noutro lado.
Se no entanto, ambos decidem que são felizes na partilha entre pares, e conseguem manter o relacionamento e aquilo que sentem entre ambos, então a partilha sexual entre vários pares funciona.
Contudo, é bom que as pessoas SINTAM exactamente o que querem fazer.
Cada relação é tão diferente que podemos disfrutar o sexo de maneiras diferentes.
E aqui para nós, que ninguem nos lê...rsrsrsrs... podemos ter momentos de gozo... Iupiii viva os orgasmos... mas orgasmos por orgasmos, também os conseguimos ter de outras maneiras...
Pergunto, será esse o gozo maior?
Beijos ;*
PS: O tema não tem a ver com (in)fidelidade mas como vives a relação com o teu par ;)
Ondinha
Esta foi só uma forma de colocar a questão. Poderíamos falar de tantas outras perspectivas...
Mas acho que tocaste na ferida: associar sexo por prazer com frivolidade.
Concordo inteiramente contigo, com amor tem outro sabor.
E quando deixar de ter. Achas que por deixar de ser tão bom que isso significa que há menos amor? Ou só necessidade de, sei lá, expansão..lol
Haverá sempre inúmeras maneiras de compensares o acto sexual. E umas vezes é melhor umas coisas, noutras é melhor outras. E esse é o meu ponto, se estamos em constante mutação, permitir-nos-á a monogamia conhecermos-nos com a máxima amplitude? Repara, não estou a dizer que não. Nem que sim. É um tema que me deixa a pensar.
E tem mesmo a ver com infidelidade especificamente.
Ainda assim fica a questão, porque é TÂO necessária esta condição?
beijocas
onde está o chocolate?
e onde está o bendito chocolate?!
:)
Pois é Miguel
tenho comido muitas 100gr de cada vez!
Considero que o ser humano é insatisfeito por natureza. Quando atinge um “patamar” de satisfação ou prazer, tem necessidade de criar um outro “superior”, numa busca interminável…
Isto incluí também o sexo… No entanto, se amamos realmente alguém, e fazemos do acto sexual mais um momento de partilha, entrega e crescimento, não teremos a necessidade de “comer fora”…
Se existe insatisfação no sexo, no que “comemos em casa”, então temos necessidade de suprimir essa insatisfação, “comendo fora”. Se calhar, devíamos investir um pouco mais em tentar resolver essa insatisfação dentro de casa em vez de irmos ao restaurante da vizinha ver o que por lá se serve.
Do meu ponto de vista, a monogamia também te permite conheceres-te na tua plenitude… claro que depende da relação que tens com a outra pessoa, da forma como vocês vivem a relação, se a “usam” para crescer, evoluir, Ser ou apenas para estar.
Independentemente disso tudo, tocas num ponto altamente importante… a fidelidade a nós mesmos. Se não formos fiéis a nós mesmos, com fidelidade “conjugal” ou sem ela, mais tarde ou mais cedo, a insatisfação instala-se completamente e a relação acaba.
Olá, entrei no teu blog por acaso, achei muito legal mesmo, não queria sair sem comentar, parabéns!
Aproveito a oportunidade para te convidar ao meu que é de literatura.
Um abraço desde Argentina.
Humberto.
www.humbertodib.blogspot.com
Deixei meu comentário no outro post....me confundi...rs
beijos
Gosto da frase: - Não são as respostas que mudam o mundo, mas as perguntas.
Somos eternos "buscadores" talvez pela nossa busca incessante por respostas, quase sempre esquecemos das perguntas.
Ainda penso que essa tal fidelidade é uma imposição cultural, já que não conheço pessoas fieis, quanto mais casais. Esta busca constante de novos prazeres e novas formas de amar e de amor, é a representação da nossa própria insatisfação.
Beijos
Li
las relaciones deberían ser libres, siempre.
cada uno las debe vivir de acuerdo a sus propios conceptos, sin prejuicios y respetando a su compañer@; imponer fidelidad "obliga" de alguna manera a la infidelidad.
comparto tus opiniones.
un beso!
estou aqui para agradecer a sua visita ao meu blog e por participar dele
parabens novamente pelo belo texto
http://paposeriodemulher.blogspot.com/
bjs
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